O nome 'Bar do Todol' é Copyright © MGM 1998. Tomamos a liberdade de o utilizar até sermos contactados pelos seus advogados.
quinta-feira, dezembro 22, 2005
quarta-feira, dezembro 21, 2005
terça-feira, dezembro 20, 2005
Kate Vicente
250 gramas de farinha
250 gramas de manteiga
1 cálice de Vinho do Porto
1 chávena de açúcar queimado (caramelo)
5 ovos
2 colheres de chá de fermento em pó
1 colher de chá de açúcar baunilhado
1 colher de chá de canela
A quantidade que se quiser de frutos secos (nozes, amêndoas, pinhões, etc.) picados.
Bate-se a manteiga com o açúcar até ficar um creme branco. Acrescenta-se-lhe os ovos um a um alternadamente com a farinha, batendo entre cada adição. Depois de bem batido, junta-se o Vinho do Porto e as especiarias. Por fim, deita-se o caramelo, devagar, batendo sempre, e os frutos secos picados. Coze-se em forno um pouco brando, a cerca de 180º/190º, durante aproximadamente 55 minutos, numa forma previamente untada com manteiga e polvilhada com farinha. Deixa-se arrefecer na forma e de seguida põe-se no prato de servir.
segunda-feira, dezembro 19, 2005
Na terra dos sonhos do Jorge
Andava eu sem ter onde cair vivo
Fui procurar abrigo nas frases estudadas do senhor doutor
Ai de mim não era nada daquilo que eu queria
Ninguém se compreendia e eu vi que a coisa ia de mal a pior
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Andava eu sózinho a tremer de frio
Fui procurar calor e ternura nos braços de uma mulher
Mas esqueci-me de lhe dar também um pouco de atenção
E a minha solidão não me largou da mão nem um minuto sequer
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar
Se queres ver o Mundo inteiro à tua altura
Tens de olhar para fora, sem esqueceres que dentro é que é o teu lugar
E se às duas por três vires que perdeste o balanço
Não penses em descanso, está ao teu alcance, tens de o reencontrar
Na terra dos sonhos, podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal
Na terra dos sonhos toda a gente trata a gente toda por igual
Na terra dos sonhos não há pó nas entrelinhas, ninguém se pode enganar
Abre bem os olhos, escuta bem o coração, se é que queres ir para lá morar.
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Não há como não o amar.
quinta-feira, dezembro 15, 2005
Sobre as minhas paixões
Descia uma estrada, atravessava uns arrabaldes, trepava para cima de um muro, percorria um pequeno pinhal e, voilá, chegava ao liceu.
De linhas geométricas e austeras, erguia a sua aura misteriosa entre a copa de arvores antigas e pacientes. Os corredores eram largos e compridos, com janelas amplas, de parapeitos largos em toda a sua extensão.
A ligação entre os diferentes edifícios era feita através de portas de madeira que se abriam de par em par para átrios de chão marmoreado e paredes lisas. As portas das salas de aula abriam-se para uma parede repleta de janelas acocoradas nos amplos parapeitos, deixando ver os ramos das árvores lá fora.
Erguendo-se imponente entre os edifícios estava a Torre do Relógio que, durante anos, povoou o imaginário de muitos. A realidade nada ficou a dever à fantasia, mas, "that's another story".
Entre os seus encantos contavam-se ainda o lago dos nenúfares, o "sobe e desce", os abrigos, o muro empedrado e largo que circundava toda a propriedade e as arvores de ramos que convidavam a trepar.
Assim era a Torre da Aguilha em todo o seu esplendor.
quarta-feira, dezembro 14, 2005
Apontamentos sobre o prazer - o prato predilecto
Aos fãs revivalistas, aconselha-se uma visita à, internacionalmente famosa, Adega da Barroca.
Saraband
Adorei a fotografia, os actores, os diálogos. Ah, devo dizer que os valorizei ainda mais após experienciar babel nos primeiros 5 minutos de filme. As legendas estavam ilegíveis e Marianne falava-nos pausadamente em sueco. Vi-mo-nos obrigados a abandonar a sala, assistimos a um quase motim mas tudo acabou em bem. Em pouco tempo estavamos todos de volta à sala para apreciar Saraband em toda a sua beleza.
Marianne com a sua expressividade feminina e maternal. Cativante. Johan com a sua armadura à prova de amor... que desconcerto.
Amor, inocência, lascívia e incesto. Tudo envolto em música. Intenso e fugaz, como a vida.
terça-feira, dezembro 13, 2005
segunda-feira, dezembro 12, 2005
domingo, dezembro 11, 2005
sábado, dezembro 10, 2005
A não perder
Tessa Quayle: I thought you spies knew everything.
Tim Donohue: Only God knows everything. He works for Mossad.
quarta-feira, dezembro 07, 2005
segunda-feira, dezembro 05, 2005
Elizabethtown
segunda-feira, novembro 28, 2005
Culto do risco
sábado, novembro 26, 2005
quinta-feira, novembro 24, 2005
Pelo sonho é que vamos
Afinal, pelo sonho é que vamos!
terça-feira, novembro 22, 2005
Vida santa...
Petição pela Salvaguarda do Museu Geológico
O nosso Museu Geológico contém as mais completas colecções de fósseis colhidas em Portugal: ossos e pegadas de dinossauros, grandes mamíferos, peixes, trilobites, amonites, etc, etc., bem como um conjunto espectacular de peças arqueológicas, assim como belos exemplares de minerais (nacionais e estrangeiros) e de instrumentos científicos antigos.
Maria João Rodrigues on basic values
This larger discussion in the Member States should take into account this more general background of the European social model and the new strategic challenges it is facing nowadays. Moreover, its underlying basic values seem also to be under re-interpretation, notably when:
- it is said that security should be for change, and not against change...
segunda-feira, novembro 21, 2005
Mandar pausa
e-analfabetismo como se de uma marca de nobreza se tratasse. E cola. Amam-se e fazem-se amar por serem assim. De outra classe, de outro tempo. Acima dessa vulgaridade. É tão chique ser ignorante. É tão sexy ser incapaz. Veblen explica, mas isso não traz consolo.
Gilliam on the homeless and Piranesi
It's like moving back in history to an earlier time which is now where the homeless and bums live. They live in this, well, literally they're living in a Piranesi world, as opposed to the modern world.
domingo, novembro 20, 2005
Memória de Escorpião
Let me take you far away
You’d like a holiday
Let me take you far away
You’d like a holiday
Exchange the cold days for the sun
A good time and fun
Let me take you far away
You’d like a holiday
Let me take you far away
You’d like a holiday
Let me take you far away
You’d like a holiday
Exchange your troubles for some love
Wherever you are
Let me take you far away
You’d like a holiday
Longing for the sun you will come
To the island without name
Longing for the sun be welcome
On the island many miles away from home
Be welcome on the island without name
Longing for the sun you will come
To the island many miles away from home
terça-feira, novembro 15, 2005
Ave atque vale
quarta-feira, novembro 09, 2005
A queda de um mito
terça-feira, novembro 08, 2005
França #2
França #1
sexta-feira, novembro 04, 2005
Say it isn't so
quarta-feira, novembro 02, 2005
Horror de horrores
quarta-feira, outubro 26, 2005
Estamos tristes
quinta-feira, outubro 06, 2005
Fantasmas
Tipos como tu eu não se safam na jacquerie.
Tampouco estou pronto para ser um conservador.
terça-feira, setembro 27, 2005
domingo, setembro 25, 2005
quinta-feira, setembro 22, 2005
Soares?
Promethea dixit
Os mais chatos são invariavelmente os que vêem o seu assunto resolvido em primeiro lugar.
Quão bem ou mal ganha?
Eis um sítio com muito interesse, referenciado pela Organização Internacional do Trabalho.
Aqui podemos encontrar indicadores de salários de cerca de 10 paises europeus, a que se juntam a India, Africa do Sul, Brasil e Estado Unidos.
Quanto ganha, meu amigo? E sabe quanto ganha o seu congénere nos EUA?
Este seria (ou será?) um trabalho de grande relevo do ponto de vista social a desenvolver no nosso país.
quinta-feira, setembro 15, 2005
Se não há risco, não há gozo
terça-feira, setembro 13, 2005
segunda-feira, setembro 12, 2005
Domingo Sacramental
Baptismus est sacramentum regerationis per aquam in Verbo.
- Uma igreja visitada em Helsínquia, entre um passeio rápido aos pontos assinalados no guia e uma corrida para o barco que partia sem nós se não nos despachássemos!
Valeu pena a corrida: uma igreja meio sublevada, esculpida na pedra e com um tecto verde em abóbada quase ao nível do solo; Lá dentro algumas pessoas a rezar, outras a tirar fotografias. Cá fora, algumas pessoas deitadas na relva, de biquini, a apanhar as horas mais quentes de um dia com 21 horas de sol;
- outra igreja visitada em Estocolmo que nada tinha de especial a não ser o facto de se situar naqueles jardins gradeados que têm mesas de piquenique ao lado de campas. Pois foi numa dessas mesas de jardim que almoçámos sandochas mistas com tomate e ovos cozidos. Na mesa ao lado da nossa estava um grupo de pessoas, daquelas que parecem retiradas de um filme de Lars von Trier. Entre elas, a mulher do padre /pastor (homem muito jeitoso, por sinal) que vendia bebidas quentes e a quem comprámos um chá para acompanhar a nossa refeição, uma figura meio híbrida que lembrava o Elton John e que mantinha o estilo artístico e maquilhado apesar da idade avançada, uma ou duas paroquianas devotas e com muita idade e um senhor com olhar penetrante e ar absolutamente lunático. Nas campas do jardim havia sempre uma figura paternal sentada (não esquecer que estamos na Suécia, onde são os pais que tomam conta dos filhos), a folhear o jornal com uma mão e a embalar o carrinho do bebé com a outra.
À parte destas recentes visitas há muito que não entrava numa igreja, a não ser para casamentos e baptizados. E hoje foi uma dessas ocasiões. Um baptizado (sacramento da regeneração pela água e pela palavra) com missa!
Ali estava eu! Em vez de admirar o estilo gótico da igreja, por acaso muito bonita, sóbria e despida das habituais figuras religiosas e cenas litúrgicas pintadas nas paredes, em vez de reparar nas beatas do coro e imaginar a semana delas para além do dia Dominical, em vez de desprezar rituais de abnegação e peditório, em vez de admirar paz nas expressões de fé dos crentes que se ajoelham e rezam, resolvi ouvir a palavra do senhor. Do senhor padre!
E assim fiz, mas não sem olhar em redor e observar quem também a ouvia.
O padre contou uma história sobre o perdão, Mt 18, 21-35. Rezava assim:
Pedro aproximou-se de Jesus, e perguntou: «Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?» Jesus respondeu: «Não lhe digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Porque o Reino do Céu é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. Quando começou o acerto, levaram a ele um que devia dez mil talentos. Como o empregado não tinha com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, ajoelhado, suplicava: “Dá-me um prazo. E eu te pagarei tudo”. Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado, e lhe perdoou a dívida. Ao sair daí, esse empregado encontrou um de seus companheiros que lhe devia cem moedas de prata. Ele o agarrou, e começou a sufocá-lo, dizendo: “Pague logo o que me deve”. O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ”‘Dê-me um prazo, e eu pagarei a você”. Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão, e lhe contaram tudo. O patrão mandou chamar o empregado, e lhe disse: “Empregado miserável! Eu lhe perdoei toda a sua dívida, porque você me suplicou. E você, não devia também ter compaixão do seu companheiro, como eu tive de você?’ O patrão indignou-se, e mandou entregar esse empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. É assim que fará com vocês o meu Pai que está no céu, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão.»
Pois... não vi ninguém a acenar a cabeça em sinal de concórdia, não senti emoção nas palavras nem vibração nos ouvintes. Um discurso político causa mais impressão, apesar do cepticismo! Tudo me pareceu mecânico. O acólito atento aos pedidos do padre, o coro à espera das entradas, o crente que estuda o momento em que sobe ao altar para ler um qualquer versículo, ainda que não o entenda! Fiquei triste! Ainda que me sinta pouco ou nada tocada pela fé católica preferia pensar que ela realmente existe.
sábado, setembro 10, 2005
Mais do mesmo
cansa tanto que até dói.
Um belo momento de poesia inspirado na p... da vida
sexta-feira, setembro 02, 2005
A conversão dos capitais segundo Chomsky
A ciência de Chomsky passa-me bastante ao lado. Simpatizo com a política e acho curiosa a fixação em mártires católicos. Não vejo ligação entre uma coisa e outra. O próprio admite que dá barely a hint about the possible connections, a problem still very much on the horizon of inquiry. Confesso-me algo decepcionado.
quinta-feira, setembro 01, 2005
A chave
sábado, agosto 27, 2005
Os Edukadores
A Fábrica de Chocolate
A Ilha
terça-feira, agosto 23, 2005
Robert Anton Wilson on Tim Burton's Batman
The moronic Bronson and Stallone "one man above the law" films glorify vigilantism with the logic of right-wing para-noids. Batman both challenges that folk fascism and poker-facedly "defends" it on the eminently Existentialist grounds that in a universe without morals or meaning everybody has to create their own reality and take responsibility for it.
Robert Anton Wilson in Magical Blend, #25
Piano Man identificado?
sábado, agosto 20, 2005
V for Vendetta adiado até 2006
sexta-feira, agosto 19, 2005
A entrevista - exercício em ruído sináptico
Sexta-feira, 1 de Julho de 2005
Verstehen
quarta-feira, agosto 17, 2005
Ainda a morte do Sr. Menezes
terça-feira, agosto 16, 2005
WANTED (for Mayor)
Vou por isso votar que lhe dêmos o emprego ao qual se candidata.
Todo o conhecimento é vaidade
segunda-feira, agosto 08, 2005
quinta-feira, julho 14, 2005
UAB anthropologists achieve commitment from Gambian government to prevent female circumcision
Adriana Kaplan, an Anthropologist at the Universitat Autònoma de Barcelona, has achieved a commitment from the Minister of Health and the Vice President of the Republic of The Gambia to draw up a joint plan to prevent female genital mutilation in the country. The move comes after a proposal was drawn up for an alternative ritual procedure that enables female circumcision to be avoided. The proposal was made while maintaining respect and sensitivity towards Gambian culture.
The Universitat Autonoma de Barcelona anthropologist and researcher for the “Ramón y Cajal” scientific programme Adriana Kaplan has achieved a commitment from the Minister of Health and the Vice President of the Republic of The Gambia to draw up a joint plan to prevent female genital mutilation. The move comes following several years of work in the country and the drawing up of a proposal for an alternative ritual procedure that enables female circumcision to be avoided. The proposal was made while maintaining respect and sensitivity towards Gambian culture.
Ten years ago the Government of the Republic of The Gambia made it illegal to carry out any kind of awareness campaigns about the different types of female circumcisions that take place as part of initiation rites for young girls in the country. The stance taken was in response to the aggressiveness used by some NGOs fighting against the practice, which tried to impose their position and were quick to accuse those carrying it out without taking into account the reasons why they did it or the context in which it took place.
Since 1989, Adriana Kaplan, a professor for the Department of Social and Cultural Anthropology at the Universitat Autònoma de Barcelona, has maintained cooperative relations with the Gambian government, especially with the Ministry of Health and the Women’s Bureau, which comes under the President’s Office, as well as with various United Nations agencies and NGOs. Her aim has been to tackle the problem of female genital mutilation from a more respectful and realistic position. One of the main priorities for the researcher has been the problem of girls of Gambian descent born in Spain that travel to The Gambia on holiday and are stigmatised and caught up in a situation that is illegal in Spain: their parents are put in prison and the young girls come under the charge of social services in Spain. As Dr Kaplan affirms, the girls are “victims of tradition and the law”.
Dr Kaplan filmed a documentary called “Initiation without mutilation” with the support of the producers Ovideo TV. The documentary takes an anthropological look at the problem, highlighting the fact that female circumcision is a ritual marking a girl’s coming of age, analysing the different phases of circumcision and suggesting an alternative procedure that maintains the ritual’s meanings of cultural transmission and social belonging without the need for the physical mutilation of the girl.
After seeing the documentary the Vice President of The Gambia, Isatou Njie-Saidy, and the Secretary of State for Health, Yankuba Kassama, have stated in writing an historic commitment to begin to draw up a framework for the prevention of female genital mutilation in The Gambia. These mutilations include clitoridectomy (removal of the clitoral hood), excision (removal of the clitoris and labia minora) and infibulation (removal of the clitoris, the whole of the labia majora and minora and the suturing of both sides of the vulva).
segunda-feira, julho 11, 2005
Livro de férias
Mrs Kesselman said to him through the closet door, 'Look, Mr Gumm. It's clear to us that you belive what you say. But don't you see what you're doing? Because you believe everyone's against you, you force everyone to be against you.'
Philip K. Dick ([1959] 2003) Time out of joint. Londres: Gollancz. p. 130
domingo, julho 03, 2005
Perdidos e achados
sexta-feira, julho 01, 2005
quarta-feira, junho 22, 2005
terça-feira, junho 21, 2005
segunda-feira, junho 20, 2005
Outra prova da existência de Deus
domingo, junho 19, 2005
sexta-feira, junho 17, 2005
terça-feira, junho 14, 2005
segunda-feira, junho 13, 2005
Até amanhã camarada
De Álvaro Cunhal
Originally uploaded by Anadil.
Há uns dias liguei a rádio e ouvi o fim de uma notícia: O PCP lamentava a perda de alguém de muitas convicções e ideais que muito contribuiu para a construção do regime democrático, Ministro de quatro governos provisórios, etc...Percebi então que se tratava de Vasco Gonçalves, mas o meu primeiro pensamento foi que teria morrido Álvaro Cunhal. Pensei na perda que seria TAMBÉM a morte deste senhor. E estava tão próxima, só passaram uns dias!
"Tenho visto alguns chamados protagonistas na vida nacional, que, na sua biografia, ou autobiografia, contam como eram em crianças, começam por aí, desde que nasceram. Eu não me lembro do momento em que nasci, o que senti ao chegar cá fora. Mas sei, por informações dos livros e por experiência dos outros, que chorei de certeza."
Cinco conversas com Álvaro Cunhal, Catarina Pires
sábado, junho 04, 2005
sexta-feira, junho 03, 2005
quarta-feira, junho 01, 2005
segunda-feira, maio 30, 2005
Manuscrito de um 'market researcher'
domingo, maio 29, 2005
Um corolário de panta rei
sexta-feira, maio 27, 2005
Livro do dia
terça-feira, maio 24, 2005
segunda-feira, maio 23, 2005
Giddens is right to say that talking about the self as if it's peopled by 'mini-actors' is unhelpful an unnecessary: talking about 'moral conscience' is, for example, a straightforward substitute for 'superego'(or the 'me' and the 'generalised other').
Richard Jenkins (2004) Social Identity. Londres: Routledge. p. 44
Com a justa condenação da metáfora organicista ao círculo do inferno reservado às ideologias autoritárias, perde-se o potencial que esta reservava de fazer ver que a sociedade é tão nojenta como o corpo. A mim repugna-me esta multiplicação purulenta dos vocabulários com a qual se escavam nichos ecológicos para sucessivos estratos de peritos e os seus pretensos saberes. Até onde se vai para vender árvores mortas. A estupefacção é idêntica à que sinto ao ver como é infinito o número de vezes que se consegue vender um predaço de papel brilhante com a foto de uma mulher na capa.
domingo, maio 22, 2005
And each to each other dreams of others' dreams
terça-feira, maio 17, 2005
segunda-feira, maio 16, 2005
quinta-feira, maio 12, 2005
A patologia adora companhia
When you deal with psychotics you're drawn in; you become mentally ill
yourself.
Philip K. Dick ([1964] 2004) The simulacra. Londres:
Gollancz. p. 46
terça-feira, maio 10, 2005
Outra luz azul
Oh, cobarde consciência como me afliges!...
A luz despede clarões azulados!...
É a hora da meia-noite mortal!... Um suor frio encharca a minha carne trémula!...
Pois quê? Terei medo de mim próprio?...
Não há aqui mais ninguém… Ricardo ama Ricardo… É isso; eu sou eu…
Haverá aqui algum assassino?...Não… sim!... Eu?...
Fujamos, então!... O quê? De mim próprio? Valente razão!...
Porquê?... Do medo da vingança! O quê? De mim contra mim?
Ai! Eu amo-me! Por que motivo? Pelo escasso bem que a mim próprio fiz?
Oh, não! Ai de mim!... Deveria antes odiar-me pelas acções infames que cometi!
Sou um miserável! Mas minto: não é verdade… louco, fala bem de ti! Louco, não te adules!
A minha consciência tem milhares de línguas, e cada língua repete a sua história particular, e cada história me condena como miserável!
O perjúrio, o perjúrio em supremo grau!
O assassino, o assassino atroz até aos extremos da ferocidade!
Todos os diversos crimes, todos cometidos sob todas as suas formas, ocorrem para me acusar, e todos gritam: Culpado! Culpado!... Desesperarei! Não há criatura humana que me ame!
E se morrer não haverá uma alma que tenha piedade de mim!...
E porque teria? Se eu próprio não tive piedade de mim!”
(William Shakespeare, Ricardo III)
quarta-feira, maio 04, 2005
sexta-feira, abril 29, 2005
Cântico Negro
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
José Régio
No ventre da noite
quarta-feira, abril 27, 2005
Outro 'cui bono?'
quarta-feira, abril 13, 2005
Afinal não é o altruísmo que nos move??
Relatório da Grande Comissão para o Financiamento do Desenvolvimento nomeada pelo secretário-geral das Nações Unidas, in SINGER, Peter, Um só mundo, a ética da globalização, p.33
segunda-feira, abril 11, 2005
Uma posta de Mattoso (pp.35-6)
O impacto d'Os Lusíadas sobre o imaginário nacional é de tal ordem, que se torna difícil exagerá-lo, se não se compara o sentido do seu discurso com o de todos os textos anteriores que já referimos. Exprime uma espécie de euforia resultante da visão da história nacional como um conjunto cujo relato evidencia uma lógica que antes ninguém podia ter percebido. A forma poética, retórica, enfática, do discurso imprime-lhe uma força persuasiva enorme. Aqueles que se consideram membros do mesmo povo não podem deixar de se convencer que aquela é de facto a sua própria história. Assim, os receptores identificam-se eles próprios com os heróis, não como representantes do colectivo que ali desempenha as funções de principal actor. O povo, que até então fora apenas uma massa cinzenta e ignorada, cuja existência só se percebia como suporte da autoridade régia, passa para o primeiro plano das acções heróicas, independentemente de qualquer chefe. É um colectivo, e portanto um ser abstracto, mas, ao tornar-se protagonista de uma história gloriosa, adquire personalidade, isto é, uma identidade compreensível para as mentes mais simples ou mais rudes. Resta o problema de saber quantos portugueses leram o poema, nessa época e no século seguinte...
José Mattoso (2003) A Identidade Nacional. Lisboa: Gradiva.
sexta-feira, abril 08, 2005
CINEMA - Kingkard3
Não aprecio filmes de terror. Acho que já temos suficientes medos na vida real...
Mas lá fui ver e o palpite de que não ia gostar muito não falhou.
Os ingredientes para um filme de terror estão lá todos: crianças, casa no campo, facas, banheira e bonecas de porcelana! Mas até aqui tudo menos mau. O pior é que a história, enredo ou seja lá o que for que se esconde atrás do suspense não me surpreendeu. O desfecho foi previsível e o filme devia acabar mais cedo. Hitchcock sabia que as revelações só devem vir no final!
Robert DeNiro está bem, como sempre!
A pequena actriz - Dakota Fanning - está muito bem caracterizada!
**
terça-feira, abril 05, 2005
CINEMA - Kingcard 2
Gosto muito do Gérard Depardieu;
Gosto muito da Catherine Deneuve;
Gosto muito de cinema francês nem que seja pela sonoridade;
Gosto de retratos da vida real na tela do cinema;
A combinação destes factores não foi suficiente para gostar do filme. Achei fraco, achei-o mesmo uma estopada. Cheio de pontas soltas, sem pretensão no argumento mas pretensioso na técnica de filmagem. Tive pena... estava à espera de gostar!
**
CINEMA - Kingcard 1
O argumento é baseado em factos verídicos, na vida de um homem que a própria lucidez levou à loucura. Tolhido numa sociedade em que não se revê, frustrado, angustiado, acaba por transformar Nixon no bode expiatório da mentira e da corrupção planeando o seu assassinato.
O filme é pesado e deprimente, confronta-nos de uma forma fria com tudo o que nos rodeia. Não é excelente, mas a actuação de Sean Penn é-o.
****
sábado, abril 02, 2005
Da depressão como pecado político
terça-feira, março 29, 2005
domingo, março 27, 2005
Boa ciência
sexta-feira, março 25, 2005
Naco de 'Solar lottery' (p.23)
The checks and balances of this system work to check us and balance them.
Philip K. Dick ([1955] 2003) Solar lottery. London: Gollancz.
quinta-feira, março 24, 2005
O que vale o trabalho? O que vale o capital?
domingo, março 20, 2005
Presença do mar
Caminhar ajuda nos momentos difíceis. Sempre pensei que a escola peripatética poderia ser uma corrente da psicoterapia. Em dias como este, húmidos e quentes, a força da terra é algo que se sente mesmo quando não se está à sua procura. E regenera. Drácula, para onde quer que fosse, levava caixas do seu solo natal (mortal?). A vegetação da nossa orla costeira partilha da natureza do fantástico. Os dragoeiros e aloés parecem saídos de uma vinheta de Jacobs ou Franquin. Tenho pena de não saber o nome de mais espécies, vegetais ou animais, de mais estrelas. Enfim chove.