domingo, setembro 25, 2005

Durante muito tempo laborei em erro. Estava convencido de que as pessoas ainda podiam ser cativadas para projectos de mobilidade social colectiva ou, pelo menos, de que me era possível cativá-las para tais projectos. Meia vida volvida e muitas decepções depois, constato que não há silogismo que se possa aguentar em tal premissa maior. Merda.

quinta-feira, setembro 22, 2005

Soares?

Estou convencido de que foi melhor para nós que Soares tenha vencido Cunhal. Isto não significa que lho perdoe e, muito menos, que nasça daqui uma qualquer lealdade relevante para a próxima eleição do PR.

Promethea dixit

Os mais chatos são invariavelmente os que vêem o seu assunto resolvido em primeiro lugar.

Quão bem ou mal ganha?


Eis um sítio com muito interesse, referenciado pela Organização Internacional do Trabalho.
Aqui podemos encontrar indicadores de salários de cerca de 10 paises europeus, a que se juntam a India, Africa do Sul, Brasil e Estado Unidos.

Quanto ganha, meu amigo? E sabe quanto ganha o seu congénere nos EUA?

Este seria (ou será?) um trabalho de grande relevo do ponto de vista social a desenvolver no nosso país.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Se não há risco, não há gozo

Investigadores da Universidade de Bona ligam a disposição para correr riscos à felicidade, altura, género, idade e escolarização da família de origem.

terça-feira, setembro 13, 2005

segunda-feira, setembro 12, 2005

Domingo Sacramental


Eu sei que isto não é um baby blog!
Foi um Domingo diferente, passado na Serra D'el Rei, numa quinta magnífica, o dia estava bom e deu para passear por lá, por meio de lagos, jardins, crianças, etc. As pessoas estavam bem dispostas e o meu sobrinho estava um encanto, uma delícia. Merece um post!

Baptismus est sacramentum regerationis per aquam in Verbo.

As minhas últimas entradas em igrejas haviam sido nas férias e obedeciam a rituais turísticos e interesses unicamente estéticos:
- Uma igreja visitada em Helsínquia, entre um passeio rápido aos pontos assinalados no guia e uma corrida para o barco que partia sem nós se não nos despachássemos!
Valeu pena a corrida: uma igreja meio sublevada, esculpida na pedra e com um tecto verde em abóbada quase ao nível do solo; Lá dentro algumas pessoas a rezar, outras a tirar fotografias. Cá fora, algumas pessoas deitadas na relva, de biquini, a apanhar as horas mais quentes de um dia com 21 horas de sol;
- outra igreja visitada em Estocolmo que nada tinha de especial a não ser o facto de se situar naqueles jardins gradeados que têm mesas de piquenique ao lado de campas. Pois foi numa dessas mesas de jardim que almoçámos sandochas mistas com tomate e ovos cozidos. Na mesa ao lado da nossa estava um grupo de pessoas, daquelas que parecem retiradas de um filme de Lars von Trier. Entre elas, a mulher do padre /pastor (homem muito jeitoso, por sinal) que vendia bebidas quentes e a quem comprámos um chá para acompanhar a nossa refeição, uma figura meio híbrida que lembrava o Elton John e que mantinha o estilo artístico e maquilhado apesar da idade avançada, uma ou duas paroquianas devotas e com muita idade e um senhor com olhar penetrante e ar absolutamente lunático. Nas campas do jardim havia sempre uma figura paternal sentada (não esquecer que estamos na Suécia, onde são os pais que tomam conta dos filhos), a folhear o jornal com uma mão e a embalar o carrinho do bebé com a outra.

À parte destas recentes visitas há muito que não entrava numa igreja, a não ser para casamentos e baptizados. E hoje foi uma dessas ocasiões. Um baptizado (sacramento da regeneração pela água e pela palavra) com missa!

Ali estava eu! Em vez de admirar o estilo gótico da igreja, por acaso muito bonita, sóbria e despida das habituais figuras religiosas e cenas litúrgicas pintadas nas paredes, em vez de reparar nas beatas do coro e imaginar a semana delas para além do dia Dominical, em vez de desprezar rituais de abnegação e peditório, em vez de admirar paz nas expressões de fé dos crentes que se ajoelham e rezam, resolvi ouvir a palavra do senhor. Do senhor padre!

E assim fiz, mas não sem olhar em redor e observar quem também a ouvia.

O padre contou uma história sobre o perdão, Mt 18, 21-35. Rezava assim:

Pedro aproximou-se de Jesus, e perguntou: «Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?» Jesus respondeu: «Não lhe digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Porque o Reino do Céu é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. Quando começou o acerto, levaram a ele um que devia dez mil talentos. Como o empregado não tinha com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, ajoelhado, suplicava: “Dá-me um prazo. E eu te pagarei tudo”. Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado, e lhe perdoou a dívida. Ao sair daí, esse empregado encontrou um de seus companheiros que lhe devia cem moedas de prata. Ele o agarrou, e começou a sufocá-lo, dizendo: “Pague logo o que me deve”. O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ”‘Dê-me um prazo, e eu pagarei a você”. Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão, e lhe contaram tudo. O patrão mandou chamar o empregado, e lhe disse: “Empregado miserável! Eu lhe perdoei toda a sua dívida, porque você me suplicou. E você, não devia também ter compaixão do seu companheiro, como eu tive de você?’ O patrão indignou-se, e mandou entregar esse empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. É assim que fará com vocês o meu Pai que está no céu, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão.»

Pois... não vi ninguém a acenar a cabeça em sinal de concórdia, não senti emoção nas palavras nem vibração nos ouvintes. Um discurso político causa mais impressão, apesar do cepticismo! Tudo me pareceu mecânico. O acólito atento aos pedidos do padre, o coro à espera das entradas, o crente que estuda o momento em que sobe ao altar para ler um qualquer versículo, ainda que não o entenda! Fiquei triste! Ainda que me sinta pouco ou nada tocada pela fé católica preferia pensar que ela realmente existe.

sábado, setembro 10, 2005

Mais do mesmo

Não mata mas mói,
cansa tanto que até dói.

Um belo momento de poesia inspirado na p... da vida

sexta-feira, setembro 02, 2005

A conversão dos capitais segundo Chomsky

Chomsky aproveitou a palestra de aceitação do seu doutoramento honoris causa pela Universidade de Bolonha para racionalizar sobre a ligação entre a sua contibuição para a ciência e o seu activismo político. O título desta entrada é uma hiperligação para o artigo.

A ciência de Chomsky passa-me bastante ao lado. Simpatizo com a política e acho curiosa a fixação em mártires católicos. Não vejo ligação entre uma coisa e outra. O próprio admite que dá barely a hint about the possible connections, a problem still very much on the horizon of inquiry. Confesso-me algo decepcionado.