sábado, novembro 27, 2004

quarta-feira, novembro 24, 2004

O que será que leva pessoas com lugar marcado a fazer longas filas e caras de enfado, quando poderiam aguardar calmamente sentadas?

A Noite da Saudade

É comovente e bonita a mobilização dos imigrantes ucranianos contra os resultados das eleições no seu país de origem. Não me refiro,obviamente, à oposição propriamente dita mas àquilo que os faz mover.

A Noite vem poisando devagar
Sobre a Terra, que inunda de amargura...
E nem sequer a bênção do luar
A quis tornar divinamente pura...

Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura...
E eu oiço a Noite imensa soluçar!
E eu oiço soluçar a Noite escura!

Por que és assim tão escura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó Noite, em ti existe
Uma Saudade igual à que eu contenho!

Saudade que eu sei donde me vem...
Talvez de ti, ó Noite!... Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!

Florbela Espanca

Pegada Ecológica

O que é a Pegada Ecológica?

"O conceito da Pegada Ecológica foi desenvolvido pelos investigadores Mathis Wackernagel (actual coordenador da Redefining Progress) e William Rees no início da década de 90. Foi consagrado na Cimeira Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, que decorreu em Joanesburgo em 2002, como importante indicador de sustentabilidade, por permitir a agregação de indicadores em áreas essenciais da nossa sociedade, como Resíduos, Transportes, Habitação, Alimentação e Consumo de Recursos Naturais, Produtos e Serviços.

Cada um de nós, no seu dia-a-dia, provoca um determinado impacto no Planeta. As nossas opções enquanto consumidores, a forma como nos deslocamos, a quantidade de resíduos que produzimos e até o tipo de alimentação que consumimos, implicam o uso de uma determinada porção de recursos naturais. A Pegada Ecológica traduz a área de terreno produtivo (terra e mar) necessária para produzir esses recursos e assimilar os resíduos produzidos por um cidadão ou por uma determinada população. Sumariamente, através de um simples questionário, é possível calcular um valor (em hectares) que expressa a quantidade de “Planeta” que determinada pessoa necessita para manter o seu estilo de vida, e saber quantas “Terras” seriam necessárias para sustentar uma população humana em que todas as pessoas tivessem um modo de vida similar a esse."(Naturlink)

Façam o vosso teste e surpreendam-se. Confesso que julgava que os meus danos no planeta eram menores. O meu resultado - 4,1

sábado, novembro 20, 2004

Aparas (paráfrases) de Simmel

O limite ao conhecimento recíproco é um facto sociológico elementar (p. 354) que nos condena a construir o outro como uma unidade quando apenas lhe podemos aceder através de fragmentos (p. 348).

Simmel, Georg (1908 [1999]) Sociologie - Etudes sur les formes de la socialisation. Paris: PUF.

A verdade acerca dos Doors

O Manzarek é mais genial do que o Morrison foi. Contudo, a presença do Morrison era condição necessária à expressão da genialidade do Manzarek. Talvez mesmo da sua salvação.

segunda-feira, novembro 15, 2004

Choose Caliban

É o que Jesus me diz. Entre a imagem do Adrien Brody na montra e o agarrado que, ao lado, pede uns trocos: escolhe o segundo. Mais vale Calibã do que Ariel. É do caralho.

Evidentemente, conhecer o caminho e trilhar o caminho são duas coisas muito diferentes.

Mais comida para o pensamento

Estimulada pelo mistério da cidade perdida, pela busca incessante de que tem sido alvo, pela curiosidade e sede de conhecimento, parti em busca d'"O significado das coisas" e descobri um senhor chamado Grayling.
Deixo-vos um excerto do livro versando sobre a excelência:

"Quando Matthew Arnold escreveu Culture and Anarchy, há mais de cem anos, definiu a procura da excelência no apoio à cultura como «chegar ao conhecimento, no que concerne todos os assuntos que mais nos interessam, do melhor que foi pensado e dito no mundo, e, através deste conhecimento, deixar fluir o pensamento novo e livre sobre as nossas noções e hábitos comuns». Matthew Arnold era inspector das escolas, um grande defensor do ensino superior, e acreditava na excelência do ensino como forma não apenas de prover a economia de pessoal habilitado como também de produzir uma sociedade culta que pusesse em prática o ideal referido na máxima aristotélica acerca da utilização culta do nosso lazer.

Da China à França, todo o país que é ou aspira a ser desenvolvido tem um estrato educacional de elite que visa receber os estudantes mais dotados e oferecer-lhes a melhor formação intelectual possível. Na China, isto é feito desde tenra idade, havendo escolas especiais para as crianças mais inteligentes. Na França, o sistema das Hautes Écoles — universidades superiores o acesso às quais é ferozmente competitivo — selecciona os espíritos excepcionais e submete-os a uma disciplina rigorosa. Em todos os casos, o objectivo é realçar os melhores, por forma a obter a melhor qualidade nos domínios da ciência, da engenharia, do direito, na administração pública, na medicina e nas artes.

Poucas pessoas poderão colocar objecções à base racional que se encontra por detrás disto. Exceptuam-se aquelas para quem a mediocridade universal constitui um preço que merece a pena pagar pela igualdade social. Mas há um perigo em que os meios meritocráticos para o cultivo da excelência podem incorrer: é como se, após o estabelecimento dos meios, o mérito, por si só, deixe de bastar, assumindo-se o dinheiro e a influência como critérios suplementares. Em muitos dos países do mundo — talvez a maioria —, o dinheiro e a influência são determinadores da progressão social, mesmo nos locais onde vigoram igualmente os critérios meritocráticos: na América, é necessário dinheiro para se obter vantagens sociais; na China, ajuda ser membro do Partido.

Os ricos e bem relacionados não constituem o tipo de elite que um sistema educativo deveria encorajar. É fácil, para os jornais sensacionalistas e os políticos populistas, fazer uso pejorativo do termo «elite» para designar estas elites da injustiça — mas estes são igualmente rápidos a criticar os médicos, professores ou desportistas representantes do país que não correspondam às nossas maiores expectativas — se, em suma, eles não se revelarem, afinal, uma elite, no sentido correcto do termo.

Embora existam poucas — a existirem algumas — democracias verdadeiras no mundo (a maior parte dos sistemas que reivindicam este título são oligarquias electivas), o espírito democrático, apesar disso, perpassa a vida ocidental, para o bem e para o mal. O bem reside na pressão que é feita no sentido de se tratar todas as pessoas de forma justa; o mal reside na pressão que é feita no sentido de tornar todas as pessoas idênticas. Este último constitui uma tendência de nivelamento, uma impulsão para baixo, à qual a excelência desagrada porque ergue montanhas onde o espírito democrático-negativo apenas deseja ver planícies. Mas a democracia não devia ter como objectivo reduzir as pessoas e os seus feitos a um denominador comum; devia visar elevá-las, ambiciosa e drasticamente, até tão perto quanto possível de um ideal. E isso significa, entre outras coisas, ter instituições, especialmente de ensino, que sejam as melhores e mais exigentes do seu género."


Nota: Sobre a incongruência entre o discurso teórico e a acção prática veja-se a produção legislativa e as acções que dela resultam.

sábado, novembro 13, 2004

Trovão, mente perfeita

Versão librérrima:

É com assombro que me olham. Olham-me com soberba.
Porque sou a melhor e a pior,
Venal e incorruptível,
Mãe e virgem,
Frívola e frutuosa.
Sou silêncio ininteligível
E a permanência do fluxo.

Fantino

Descobri esta música de Sebastien Tellier na banda sonora do Lost in Translation. Quis partilhá-la convosco.

sexta-feira, novembro 12, 2004

Tout le monde

Tout le monde est une drôle de personne,
Et tout le monde a l'âme emmêlée,
Tout le monde a de l'enfance qui ronronne,
Au fond d'une poche oubliée,
Tout le monde a des restes de rêves,
Et des coins de vie dévastés,
Tout le monde a cherché quelque chose un jour,
Mais tout le monde ne l'a pas trouvé,
Mais tout le monde ne l'a pas trouvé.

Il faudrait que tout le monde réclame auprès des autorités,
Une loi contre toute notre solitude,
Que personne ne soit oublié,
Et que personne ne soit oublié

Tout le monde a une seule vie qui passe,
Mais tout le monde ne s'en souvient pas,
J'en vois qui la plient et même qui la cassent,
Et j'en vois qui ne la voient même pas,
Et j'en vois qui ne la voient même pas.

Il faudrait que tout le monde réclame auprès des autorités,
Une loi contre toute notre indifférence,
Que personne ne soit oublié,
Et que personne ne soit oublié.

Tout le monde est une drôle de personne,
Et tout le monde a une âme emmêlée,
Tout le monde a de l'enfance qui résonne,
Au fond d'une heure oubliée,
Au fond d'une heure oubliée.

Carla Bruni

Ao Frater Caerulus


Conan & Lana
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Desaparecido faz tempo...

quinta-feira, novembro 11, 2004

DESINTERESSE. Proponho este tema a debate.
Noam Chomski dixit: 'a maioria da população americana é mais à esquerda que os dois partidos'. Que fazer? Escolher o mal menor que para muitos é a abstenção...

terça-feira, novembro 09, 2004

Hoje senti-me recompensada por lutar contra moinhos de vento. Há esperança.

Moda - do Fr. mode < Lat. modu, modo, maneira

...
forma passageira e facilmente mutável de se comportar e sobretudo de se vestir ou pentear;
...


Acabo de ver uma pequena entrevista feita ao nosso primeiro ministro no evento Moda Lisboa. Falava sobre moda. Não percebi nada do que disse. No entanto pareceu-me familiarizado com o ambiente. E esta imagem trouxe-me à lembrança um terrível paralelismo entre a moda e a política.
Actores que vestem e despem estilos com agilidade, desfilam nos palcos à espera de serem vistos e pousam para os fotógrafos como que numa feira de vaidades, sorriem às luzes da ribalta que se apagam nos bastidores e exibem imagens que desvanecem com desmaquilhantes... sobretudo fachada. Fachada de algo que está para além do que sabemos ou julgamos saber.
Eu não quero pensar assim, resisto a pensar que a política é dos outros e para os outros. Espero que isto tenha sido uma breve e estúpida ideia, mas tê-la tido fez-me reflectir e partilhar convosco. Vá lá, convençam-me do contrário!!!
Visto: 'A melhor juventude' - prima volta. É magní­fico!

domingo, novembro 07, 2004

Eleições Americanas

Queria ter feito este post mais cedo mas por problemas de acesso fui obrigado fazê-lo apenas hoje.
Mas como diz o ditado:"Há males que vêm por bem"... pois agora estou em posição de o fazer depois de um periodo de reflexão associado ao alimentar da minha própria idea por outras opiniões.
Ora aqui vai:

Estava um homem todo nu numa praia deserta com um faca no bolso, a ler um jornal sem letras à luz de uma vela apagada e pensava para com os seus botões que não tinha: "Por aquela parede acima vai um caracol a descer".

Wanna play?



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Sure do mister, sure do.

...e praia também.
Atesto que a sesta é revigorante.

sábado, novembro 06, 2004

Há que explicar as pessoas para onde vai e para que serve o dinheiro que confiam ao estado. Tal seria precioso na clarificação de valores.

sexta-feira, novembro 05, 2004

A tralha

Todos nós, num momento ou noutro na nossa vida, paramos para olhar à nossa volta e esclamar: "tanta tralha"!
Pois é, os problemas começam quando esse momento ou outro se repete com alguma frequência. To make a long story short, my friends, eu tenho um dom.
Para além de tralha generalista,tenho a minha especialidade : revistas, folhetos, jornais, relatórios, artigos e demais papeis com volume; também marcham dossiers, capas plásticas, caixas, canetas, e demais bugigangas, office related.
Entram, acomodam-se, reproduzem-se e mofam!
Sou uma tralha-dependente. Preciso de ajuda. Literalmente. Aceitam-se voluntários para rasgar, empacotar e descarregar no papelão.

Democracia


People are the power.
Votes give power.
Bush has the power.
So be it.

Crises de Liderança

Yasser Arafat em coma
Fidel não vai para novo
José Manuel Barroso presidente eleito da Comissão Europeia
Sílvio Berlusconi perde ministros para a Comissão Europeia
George W. Bush reeleito
Santana Lopes primeiro ministro
Che Guevara morto

quinta-feira, novembro 04, 2004

O homem a quem parece que aconteceu não sei que...

Muitos de vocês serão tão fans dos gato fedorento como eu.. ou seja, acham piada a uma cenas e não ligam à maioria.
No entanto uma das mais famosas e que se encaixa quase como algumas minutas de reuniões se fossem reproduzidas na integra:
Meu amigo, isto o que aconteceu foi muito simples, meu amigo!
O que aconteceu é que eu chego aqui e sou logo confrontado com certas de determinadas situações... hã?!
E eu digo:
- Atão mas como é que é?
E os gajos:
- Á e tal...
E eu:
- Á e tal não!... Á e tal não!... Atão eu venho lá de baixo e dizem-me que não sei quê, chego cá acima afinal parece que não! Em quê que ficamos?
E os gajos:
- Á não sei que mais e o camandro...
E eu:
- Mau!.... queres ver que a gente tem de se chatear? Porque isto não pode ser, eu sou um gajo que está aqui a trabalhar; eu quero trabalhar... hã... e sou... e dizem-me... como eu aqui ouvi, dizem-me "á não sei quê"... mas qu'ê isto? qu'ê isto?
Isto não se faz!... porque eu sou um gajo que dou-me bem com toda a gente.. sim senhor... dou-me bem, por mim tá tudo bem e fazem-me isto!!! E há gajos que andam pr'ái, fazem trinta por uma linha, e.. e depois passa tudo.. "incólume"... que é coisa que eu não percebo.
É que eu assim não venh... deixo de vir aqui, vou fazer a minha vida para outros sitios. Sitios onde inclusivamente malta me diz:
- É pá e tal, sim senhor...
E é para lá que eu vou! Deixo de vir aqui pá! hã?...
Porque quando eu vejo que há ai palhaços,pá, que falam falam, falam falam, falam falam, pá, e eu não os vejo a fazer nada, pá!.... fico chatedo, concerteza que fico chateado, pá! Tá a perceber?
Ah(ê)!

Não, não sou o única...

e tu também não Anadil.
Na vasculhadela matinal pelas blogo-feras encontrei este post.
Acordei com violinos e luz.
Há esperança.

terça-feira, novembro 02, 2004

Votar ou nao votar, eis a questão


Bonnie & Clyde
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Hummmm, yep, i'm tempted...

Votos são poder e dão poder


Votes
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Que o digam os eleitores americanos que tem nas mãos aquela que já foi apelidada da escolha mais importante e vital dos últimos tempos, cujo desfecho será sempre - dizem - apocalí­ptico.
Eu que nada sei destas matérias, que pouco ou nada li sobre o assunto, sou de opinião que estas eleições vão marcar o início de uma nova era, de um novo paradigma. Não pelo seu valor intrínseco, mas pela queda que representam do paradigma actual.

É dia de mosh

Vamos lá, terra dos bravos e lar dos livres:
Surpreende-nos.