sexta-feira, março 25, 2005

Naco de 'Solar lottery' (p.23)

The checks and balances of this system work to check us and balance them.

Philip K. Dick ([1955] 2003) Solar lottery. London: Gollancz.

quinta-feira, março 24, 2005

O que vale o trabalho? O que vale o capital?

Há maneira objectiva de o determinar? Por outras palavras: pode o valor de um factor de produção (ou de outra coisa qualquer?) ser dissociado da luta social e política? Sei por formação que não. Mas hoje tive a experiência subjectiva, inspirada mas quase corpórea, da realidade de um facto até então meramente memorizado.

domingo, março 20, 2005

Presença do mar



Caminhar ajuda nos momentos difíceis. Sempre pensei que a escola peripatética poderia ser uma corrente da psicoterapia. Em dias como este, húmidos e quentes, a força da terra é algo que se sente mesmo quando não se está à sua procura. E regenera. Drácula, para onde quer que fosse, levava caixas do seu solo natal (mortal?). A vegetação da nossa orla costeira partilha da natureza do fantástico. Os dragoeiros e aloés parecem saídos de uma vinheta de Jacobs ou Franquin. Tenho pena de não saber o nome de mais espécies, vegetais ou animais, de mais estrelas. Enfim chove.

sexta-feira, março 18, 2005

Máquinas que geram máquinas

A tecnologia permanece a mais credível fonte de mudança social. Há na universidade de Bath um projecto que visa revolucionar por completo a economia-mundo.

quarta-feira, março 16, 2005

Varsóvia


A Clemens quote

...they'd move in anywhere where there were still sets standing around from big movies. And then they'd come to me and say 'Look, we've got two weeks to shoot, so we want you to write something for these sets, a 70 minute second feature, and it must have the Old Bailey, a submarine, and a mummy's tomb in it.' So I'd write it to order. And nobody believes that they made movies like this once, but it's absolutely true.

sábado, março 12, 2005

Tomada de posse do XVII Governo Constitucional

Tomada de posse do XVII Governo Constitucional

Há dias este post mostrava o cumprimento de Portas a Freitas. Vim a descobrir que a foto da Lusa para a qual fiz o link não é estável. Há sempre um fotograma diferente nesta janela. É um filme de animação muito lenta. Agrada-me o surrealismo que resulta da conjunção acidental da imagem em mutação com o título fixo. É um erro feliz que não corrigirei.

sexta-feira, março 11, 2005

Varicela #3

Às 10:30 estava a sair da farmácia, já medicado e prestes a iniciar os meus dez dias de quarentena.

Falho totalmente em compreender todo o bruá que se faz acerca do sistema de saúde. É uma seca estar doente, concedo, mas penso que se confunde as coisas. Tal como já me havia acontecido com a justiça há uns anos quando a ela tive de recorrer, a máquina estatal da saúde parece-me esplêndida forma.

Suspeito que toda a má imprensa e rumores negativos que circulam são patrocinados pelo grande capital que visa substituir o serviço público.

Varicela #2

Às 9:00 cheguei ao centro de saúde de Oeiras. Perguntei ao segurança, que prontamente me as indicou, pelas urgências. Esperei cerca de dois minutos na fila, expus a situação ao senhor do guichet, que me cobrou 2 euros e me passou um recibo. Sentei-me e esperei que me chamassem.

Varicela #1

Às 8:04 telefonei para o centro de saúde de Paço de Arcos, de onde uma voz de homem me informou que o meu médico não viria e me indicou que me deveria dirigir às urgências do centro de saúde de Oeiras.

terça-feira, março 08, 2005

Em Primeira Mão

Justiça discrimina estrangeiros Taxa de criminalidade entre a população estrangeira é maior do que a portuguesa

Céu Neves
As estatísticas indicam que a taxa de criminalidade entre a população estrangeira (11 por mil) é maior do que entre a portuguesa (7 por mil). O que elas não explicam é porque é que isso acontece. Um estudo, promovido pelo Observatório da Imigração e o Alto-Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME), ontem apresentado, diz que isso se deve ao tipo de crime, à fraca defesa de advogados oficiosos e ao preconceito do sistema judiciário. O debate que o trabalho suscitou resumiu tudo numa palavra que, de início, recearam dizer "discriminação".A comparação do envolvimento de estrangeiros e portugueses em processos que terminaram em julgamento na primeira instância, entre 1997 e 2003, indica que há uma sobre-representação de cidadãos oriundos de outros países em todas as fases processuais arguidos, condenados, em prisão preventiva e em prisão efectiva. Os estrangeiros têm logo à partida uma grande desvantagem. É que basta serem encontrados sem documentos para lhes ser aplicada prisão preventiva, enquanto que para os portugueses é preciso existirem indícios fortes da prática de um crime punido com pena superior a três anos, o perigo de fuga ou de perturbação do inquérito e a suspeita da prática continuada da actividade criminosa. Afinando mais a informação estatística, verifica-se que o tráfico de estupefacientes é o principal motivo que leva à condenação de estrangeiros e esta é uma das situações que têm uma moldura penal elevada. Em 2003, estava na origem das condenações a prisão efectiva de cidadãos de outros países e de apenas 15% dos portugueses. Seguem-se o roubo e o crime qualificado, tráfico de quantidades diminutas e falsificação de documentos. Estes crimes também se verificam na população portuguesa, só que a maioria diz respeito ao furto qualificado e ao roubo, surgindo em terceiro lugar o tráfico de droga.Estas primeiras conclusões podem ser justificadas com a aplicação da lei, mas essa ideia é posta de parte quando a análise é feita a um nível mais pormenorizado. "Nas condenações dos estrangeiros predominam as penas de maior duração e, com frequência assinalável, as durações médias das penas de prisão aplicadas ao mesmo tipo de crime são superiores para os estrangeiros», concluem Hugo Seabra e Tiago Santos, sociólogos e investigadores da Númena (Centro de Investigação em Ciências Sociais) que realizaram o estudo "A criminalidade de estrangeiros em Portugal um inquérito científico", a partir das estatísticas do Gabinete de Política Legislativa e Planeamento do Ministério da Justiça.Perante tais dados, Miranda Pereira, director-geral dos Serviços Prisionais, não teve dúvidas em afirmar que existe discriminação na aplicação da lei, mesmo que isso aconteça de forma inconsciente. A opinião foi partilhada por Paulo Albuquerque (ver perguntas e respostas), ex-juiz do Tribunal da Boa Hora e actualmente professor na Faculdade de Direito da Universidade Católica, embora tenha afirmado que não sentiu diferença de tratamento entre estrangeiros e portugueses quando exerceu a actividade de juiz. "Os dados são esses e têm que ser vistos de forma fria e analítica", justificou.Os sociólogos também concluíram que se os nacionais e não nacionais tivessem a mesma composição demográfica e condições sociais teriam as mesmas percentagens de prática criminal.

in Diário de Notícias

Os sociólogos são nossos amigos. Clientes do Bar (só um consumidor!!) e estão de parabéns