O nome 'Bar do Todol' é Copyright © MGM 1998. Tomamos a liberdade de o utilizar até sermos contactados pelos seus advogados.
sexta-feira, julho 30, 2004
quinta-feira, julho 29, 2004
Uma lei da entropia
O aforismo 'time is money' sugere a unidireccionalidade da conversão. Podemos transformar tempo em dinheiro mas não vice-versa.
Premissa maior: 'time is money'.
O dinheiro inflacciona-se a si mesmo, ou antes, um crescimento do rendimento implica sempre um crescimento maior dos gastos segundo a equação r2/r1 < g2/g1, em que 'r' significa rendimento, 'g' gastos e os números o momento.
Premissa menor: r2/r1 < g2/g1.
Então, à medida que o tempo é transformado em rendimento a liquidez decresce e eventualmente tornar-se-á negativa.
Conclusão: o tempo convertido em dinheiro leva ao endividamento.
Isto com a agravante de o tempo ser uma quantidade finita, pelo que quantidades crescentes de tempo transformadas em dinheiro significam que também o tempo não transformado em dinheiro tenderá para zero.
Premissa maior: 'time is money'.
O dinheiro inflacciona-se a si mesmo, ou antes, um crescimento do rendimento implica sempre um crescimento maior dos gastos segundo a equação r2/r1 < g2/g1, em que 'r' significa rendimento, 'g' gastos e os números o momento.
Premissa menor: r2/r1 < g2/g1.
Então, à medida que o tempo é transformado em rendimento a liquidez decresce e eventualmente tornar-se-á negativa.
Conclusão: o tempo convertido em dinheiro leva ao endividamento.
Isto com a agravante de o tempo ser uma quantidade finita, pelo que quantidades crescentes de tempo transformadas em dinheiro significam que também o tempo não transformado em dinheiro tenderá para zero.
quarta-feira, julho 28, 2004
Amaralto - Domingo, três de Agosto de 1997
Alma quebrada pela força das vagas
De encontro às fragas da vida.
Chegada indigente à terra prometida.
Mar atravessado a nado-morto.
Jaz na praia.
O vento escapa por entre farrapos de velame
Feitos bandeiras da ressaca,
Pendões de não-há-quem-te-ame.
Jaz na praia com o resto do lixo
Que aí abandonou a baixa-mar:
Um maço de tabaco vazio
E uma colecção de noites insones presas com um elástico.
Mas eis a manhã; a bela chegou,
Zombeteira, luminosa,
Empenhada em ridicularizar quem desejou
Erigir noit’eterna em monumento à sua dor.
As lágrimas não são menos transitórias que a chuva
E as cicatrizes só têm a longevidade da carne.
A alma não é: vai sendo.
E as palavras de amor, apaga-as a maré.
De encontro às fragas da vida.
Chegada indigente à terra prometida.
Mar atravessado a nado-morto.
Jaz na praia.
O vento escapa por entre farrapos de velame
Feitos bandeiras da ressaca,
Pendões de não-há-quem-te-ame.
Jaz na praia com o resto do lixo
Que aí abandonou a baixa-mar:
Um maço de tabaco vazio
E uma colecção de noites insones presas com um elástico.
Mas eis a manhã; a bela chegou,
Zombeteira, luminosa,
Empenhada em ridicularizar quem desejou
Erigir noit’eterna em monumento à sua dor.
As lágrimas não são menos transitórias que a chuva
E as cicatrizes só têm a longevidade da carne.
A alma não é: vai sendo.
E as palavras de amor, apaga-as a maré.
terça-feira, julho 27, 2004
Os demónios do tempo imóvel
Transcrevo verbatim um apontamento de 16/8/96:
A páginas tantas de Margarida e o
Mestre, Bulgakov faz Jesus dizer que há apenas um pecado: a cobardia. Essa, vivo-a eu sob as mais variadas formas e conheço-a por muitos nomes: preguiça, pudor, inibição, desleixo… São mais as batalhas que perco do que as que ganho; pareço nunca ser decidido, dedicado ou desperto por muito tempo. A minha vontade é fraca e a minha consciência intermitente. Estou ansioso por mudar de vida, aqui o arranjo de forças é de forma a trazer-me sempre ao mesmo sítio. E, ainda assim, há que mudar. O que acontece a seguir? Espero que haja ‘a seguir’.
segunda-feira, julho 26, 2004
Alter dixit
"Sem a oposição do vento, o papagaio de papel não consegue subir."
Oposição precisa-se.
Duplo Positivo, conta comigo.
Oposição precisa-se.
Duplo Positivo, conta comigo.
Food for thought
544 mil fogos vagos no país.
Pergunto-me se existirão neste país pessoas em número suficiente para ocupar as habitações novas que se constroem todos os dias.
Pergunto-me se existirão neste país pessoas em número suficiente para ocupar as habitações novas que se constroem todos os dias.
Tolle lege
“O governador do Banco de Portugal assinalou que
se a economia portuguesa crescesse a 3% ao ano,
durante 10 anos,
atingiria apenas a actual riqueza média comunitária.
Constâncio salientou que
a taxa de crescimento potencial do PIB português
está mais baixa
e deverá situar-se perto de 2%.”
In D.N. Negócios, segunda-feira, 26 de Julho de 2004, pág 9
se a economia portuguesa crescesse a 3% ao ano,
durante 10 anos,
atingiria apenas a actual riqueza média comunitária.
Constâncio salientou que
a taxa de crescimento potencial do PIB português
está mais baixa
e deverá situar-se perto de 2%.”
In D.N. Negócios, segunda-feira, 26 de Julho de 2004, pág 9
Anexo III
Acta da queda de todas as éticas,
Dactilografada a dois espaços
Pelo secretário da conjuntura vigente.
Dactilografada a dois espaços
Pelo secretário da conjuntura vigente.
> Já agora, do que se trata?
A pergunta é pertinente, até porque a resposta honesta é que não sei bem. Ainda ontem a Promethea me falava precisamente da indefinição programática do blog.
A piada sobre o bar do todol já é velhinha e sempre que me acomete o devaneio de abrir um bar é esse o nome que lhe quero dar. Nesta encarnação o bar é, para mim, sobretudo scrapbook ou o equivalente do album de uma donzela vitoriana.
Dado que o bar está aberto, também é possível que venha a ser algo como o Cheers, mas não tenho contolo sobre isso.
Acho que este mail vai também ser o meu post de hoje. Anonimizo-te, claro.
Como é Londres no Verão?
A piada sobre o bar do todol já é velhinha e sempre que me acomete o devaneio de abrir um bar é esse o nome que lhe quero dar. Nesta encarnação o bar é, para mim, sobretudo scrapbook ou o equivalente do album de uma donzela vitoriana.
Dado que o bar está aberto, também é possível que venha a ser algo como o Cheers, mas não tenho contolo sobre isso.
Acho que este mail vai também ser o meu post de hoje. Anonimizo-te, claro.
Como é Londres no Verão?
sexta-feira, julho 23, 2004
O reino
The majority, if not all, of the cultivated men of our day try uncounsciously to maintain the old social conception of life, which justifies their position, and to hide from themselves and others its insufficiency, and above all the necessity of adopting the Christian conception of life, which will mean the break up of the whole existing social order.
Leo Tolstoy
quinta-feira, julho 22, 2004
Babel
A atomização dos conceitos com a proliferação de jargões especializados corresponde à maldição de Babel e ao retalhar de Osíris, à queda. Em A stranger in a strange land o termo grocar é utilizado de forma a sugerir uma inversão do processo. Regressão. Holismo. Homem da Renascença.
Nau Catrineta
Lá vem a Nau Catrineta
Que tem muito que contar
São Paulo Portas à proa
Santanás a comandar
Ouvi agora senhores
Uma história de pasmar
D. Bagão conta o pilim
D. Morais trata das velas
D. Guedes limpa com VIM
Tachos, pratos e panelas
D. Pereira na enfermaria
Conta pensos e emplastros
E o D. António Mexia
Põe vaselina nos mastros
D. Durão deu à soleta
Enjoou de andar à vela
E Santa Manuela Forreta
Largou-os sem lhes dar trela
Aflito El-Rei Sampaio
Com estas novas tão más
Disse aos bobos de soslaio
Chamai lá o Santanás
Aqui estou meu Senhor
Vós mandasteis-me chamar?
Soube agora desse horror
D. Durão vai desertar?
quarta-feira, julho 21, 2004
Esperança para o mundo
Transcrevo uma SMS que acabo de receber:
Vou beber um copo.
Há esperança para o mundo. As Nações Unidas aprovaram a demolição do muro.
Vou beber um copo.
Prece?
Mais là où l’appareil scientifique (le nôtre) est porté à partager l’illusion des pouvoirs dont il est nécessairement solidaire, c’està dire à supposer les foules transformées par les conquêtes et les victoires d’une production expansionniste, il est toujours bon de se rappeler qu’il ne faut pas prendre les gens pour des idiots.
Michel de Certeau
terça-feira, julho 20, 2004
The morrow
Mulheres que balançam
Em equilíbrio instável
No limiar da beleza
Sem que nela se despenhem.
Pequenos apocalipses
De pétalas semicerradas
Em torno da ameaça,
Da promessa, que vejam.
Em equilíbrio instável
No limiar da beleza
Sem que nela se despenhem.
Pequenos apocalipses
De pétalas semicerradas
Em torno da ameaça,
Da promessa, que vejam.
segunda-feira, julho 19, 2004
1977
De 'A scanner darkly'
Recordo-me de na minha visita aos Estados Unidos da América em 2001 ter pensado exactamente a mesma coisa acerca da Pennsylvania: era como se estivesse parado e uma equipa de efeitos especiais fizesse um loop de lona pintada passar por mim vezes sem conta. Talvez o 'Pesadelo em ar condicionado' do Henry Miller, que li na adolescência, faça uso da mesma comparação e nos tenha inspirado a ambos. À medida que, depois de 2001, fui perdendo países na Europa, encontrei a mesma coisa por todo o lado. E não apenas nas autoestradas: as 'baixas' das grandes cidades europeias são todas variações do mesmo cenário. Como se num único estúdio tivessem sido filmados vários títulos sem orçamentos de produção autónomos e tivesse havido que compor cenas diferentes com os mesmos adereços.
In Southern California it didn't make any difference anyhow where you went; there was always the same McDonaldburger place over and over, like a circular strip that turned past you as you pretended to go somewhere. And when finally you got hungry and went to the McDonaldburger place and bought a McDonald's hamburger, it was the one they sold you last time and the time before that and so forth, back to before you were born (...).
They had by now, according to their sign, sold the same original burger fifty billion times. He wondered if it was to the same person. Life in Anaheim, California, was a comercial for itself, endlessly replayed. Nothing changed; it just spread out farther and farther in the form of neon ooze. What there was always more of had been congealed into permanence long ago, as if the automatic factory that cranked out these objects had jammed in the on position.
Philip K. Dick
Recordo-me de na minha visita aos Estados Unidos da América em 2001 ter pensado exactamente a mesma coisa acerca da Pennsylvania: era como se estivesse parado e uma equipa de efeitos especiais fizesse um loop de lona pintada passar por mim vezes sem conta. Talvez o 'Pesadelo em ar condicionado' do Henry Miller, que li na adolescência, faça uso da mesma comparação e nos tenha inspirado a ambos. À medida que, depois de 2001, fui perdendo países na Europa, encontrei a mesma coisa por todo o lado. E não apenas nas autoestradas: as 'baixas' das grandes cidades europeias são todas variações do mesmo cenário. Como se num único estúdio tivessem sido filmados vários títulos sem orçamentos de produção autónomos e tivesse havido que compor cenas diferentes com os mesmos adereços.
domingo, julho 18, 2004
The ideal free life is like a plain text mail... no attachements!
Do 'Discours de la servitude volontaire'
Les hommes nés sous le joug, puis nourris et élevés dans la servitude, sans regarder plus avant, se contentent de vivre comme ils sont nés et ne pensent point avoir d'autres biens ni d'autres droits que ceux qu'ils ont trouvés; ils prennent pour leur état de nature l'état de leur naissance.
Étienne de La Boétie
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