domingo, janeiro 29, 2006

Os rapazes da terra do gelo

Os Sigur Ros são das melhores bandas da actualidade. Vi-os e ouvi-os no Coliseu o ano passado e rendi-me ao encantamento que a sua música produz. Para quem conhece ou não conhece e gostava de conhecer, aqui ficam dois pequenos tesouros: hoppipolla e glosoli. Um mimo!

segunda-feira, janeiro 23, 2006

"Venci contra quatro candidatos (...)"


Ai, valha-nos!
Outro que não sabe fazer contas. Este com a agravante de ter ganho pela sua suposta competência na área da economia. Não se entende muito bem porque é que tal perfil lhe foi vantajoso junto do eleitorado já que as funções constitucionais do Presidente da Répública são essencialmente as de "representação da república Portuguesa, de garante da independência nacional, da unidade do Estado e do regular funcionamento das instituições". Enfim, creio que já nem isto as pessoas sabem ou querem saber ...
Pelo menos, e parafraseando Agustina Bessa Luis, tem estatura. Estamos muito mais descansados!
Aos 64.139 marrecos que poderiam ter ido votar em qualquer dos outros cinco candidatos e desse modo proporcionado uma segunda volta tenho uma e só uma coisa a dizer. Nas palavras do Divino Arquitecto: aguenta, não chora.

Não querendo ganhar na secretaria, gostaria que alguém me explicasse porque é que os votos brancos e os nulos não entram no denominador da percentagem. Afinal, só 49,66% das pessoas que foram votar escolheram o agora Presidente Eleito.

A tendência de Cavaco era descendente e Alegre - em quem não votei - mostrou-se conotável com valores que não têm tido expressão nesta era tecnocrática. O povo também disse que há muito mais do que a economia, estúpido. Chego a ter pena dos plutocratas, spin doctors, barões dos media e outros animais em processo de obsolência. Caminham inexoravelmente para a extinção. Este quase foi o seu último fôlego. É embaraçoso. Daqui a uns anos só os vemos no zoo.

Já tá

Quando oiço gritar a certo e determinado "candidato" que o povo está com ele, percebo que não sou do povo!

domingo, janeiro 22, 2006

Artigo Sobre Maus Supervisores

A Sciencecareers.org publicou recentemente um artigo sobre maus supervisores. Alguns dos depoimentos parecem familiares. Surpreende-me, contudo, que a percentagem seja tão baixa. Talvez as minhas expectativas sejam condicionadas por só conhecer uma escola.

sábado, janeiro 21, 2006

Five to One

Yeah, c'mon
Love my girl
She lookin' good
C'mon
One more

Five to one, baby
One in five
No one here gets out alive, now
You get yours, baby
I'll get mine
Gonna make it, baby
If we try

The old get old
And the young get stronger
May take a week
And it may take longer
They got the guns
But we got the numbers
Gonna win, yeah
We're takin' over
Come on!

Yeah!

Your ballroom days are over, baby
Night is drawing near
Shadows of the evening crawl across the years
Ya walk across the floor with a flower in your hand
Trying to tell me no one understands
Trade in your hours for a handful dimes
Gonna' make it, baby, in our prime

Come together one more time
Get together one more time
Get together one more time
Get together, aha
Get together one more time!
Get together one more time!
Get together one more time
Get together one more time
Get together, gotta, get together

Ohhhhhhhh!

Hey, c'mon, honey
You won't have along wait for me, baby
I'll be there in just a little while
You see, I gotta go out in this car with these people and...

Get together one more time
Get together one more time
Get together, got to
Get together, got to
Get together, got to
Take you up in my room and...
Hah-hah-hah-hah-hah
Love my girl
She lookin' good, lookin' real good
Love ya, c'mon

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Vamos resistir, vamos dizer "Não"

«Trova do Vento que Passa»

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagemm
as tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Manuel Alegre

QRN sobre Bretzelburgo

QRN sur Bretzelburg

É extremamente questionável que uma artista tão consistentemente genial como André Franquin tenha produzido uma obra que se saliente do conjunto ao ponto de merecer o título de obra maior. Creio que penso no QRN sobre Bretzelburgo mais frequentemente do que nos restantes títulos pelo que me ensinou acerca da política, sobretudo acerca dos conflitos internacionais, do jogo duplo. Dou graças.

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Madeleine Peyroux


A minha primeira impressão foi que estaria a ouvir Billie Holiday cantar Leonard Cohen. Um segundo depois apercebi-me do anacronismo e fui ver do que se tratava. Era a Madeleine. Bem-vinda.

Mais presidenciais

Dizem que os portugueses já estão fartos de campanha. Não sei se é ela que me vai esclarecer, mas sinto, pela primeira vez, bastantes dúvidas acerca do meu sentido de voto. E já estamos perto das eleições.

A única coisa que sei, desde o início, é em quem não vou votar:
. Candidato - o senhor do bolo (rei);

Outros foram eliminados pelo caminho, ou não chegaram a fazer parte do meu leque de opções, nem sei:
. Candidato - À falta d'outro;
. Candidato - Vai a todas;

As dúvidas pairam no ar. Confundem-se as crenças e identificações políticas com a empatia. Ainda assim, destes três:
. Candidato - A esquerda do cachimbo;
. Candidato - Mais poeta que o poeta;
. Candidato - O poeta propriamente dito;

acho que já só pondero sobre dois. Faltam 9 dias de arruadas, comícios e coberturas jornalísticas esclarecedoras do género:"A sala do jantar do candidato X estava cheia porque para comer de graça aparece sempre gente". Pode ser que até lá me decida sem grandes stresses.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Sondagens

Há dias em que não leio um jornal, outros em que é à resma. Hoje peguei por acaso no DN de ontem e deparei-me com a sondagem para as presidenciais. É um assunto que me preocupa. Já tinha ouvido que 60% das intenções de voto estariam fixadas no Cavaco e essa não é uma direcção para o país que me deixe satisfeito, quer pelo conteúdo político quer pelo unanimismo.

Fui ver. Não era exactamente neve. Antes de mais, a sondagem é telefónica. Ora, sei de fonte segura que menos de metade dos lares têm telefone fixo. Isto implica que 1) mais de metade das famílias tem uma probabilidade zero de ser entrevistada. Acresce que 2) a entrevista telefónica impede a utilização do método de voto em urna e as pessoas têm pudores e receios muito substanciais quanto à divulgação do seu voto. Isto materializa-se aliás nos números divulgados: 606 entrevistas a dividir por 7590 números de telefone dá 8%, ou seja, 3) uma taxa de recusa de 92%. Por fim, as quotas: não fica claro da ficha técnica se a estratificação é paralela ou cruzada e 4) se for paralela há espaço para grandes derrapagens na combinação dos atributos (por exemplo, entrevistarem-se demasiados homens jovens numa região e, em contrapartida, um número insuficiente de homens jovens noutra região); finalmente, 5) é notória a ausência entre as variáveis utilizadas nas quotas de qualquer referência à estratificação social como, por exemplo, a escolarização terminal ou ESOMAR social grades, o que significa que, se por acaso tiverem sido entrevistadas muitas pessoas na base ou no meio da pirâmide social os resultados de um candidato apoiado por um partido de elites, como seria o caso do Francisco Louçã, ficarão necessariamente aquém do que seria a sua expressão real.

Tudo isto nos sugere que a verdadeira situação pode ser bem diferente da que aparenta. Contudo, não podemos esquecer o magistral adágio de Salazar: em política o que parece é. A 6) apoteose de Cavaco nas sondagens predisporá os seus apoiantes a responder a entrevistas telefónicas e levará ao retraimento de quem pensa de modo diferente. Falta saber se o mesmo efeito se estenderá ao voto propriamente dito.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Deixa lá Jacinto

A Elisabete Jacinto viu-se forçada a abandonar o Dakar. Temos pena pois ela porta-se muito bem ao volante do seu camião.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Corrida ao Ouro


Ouro atinge o preço mais elevado em 25 anos. Assim ditam os títulos de alguns jornais. A onça de ouro subiu para 544,60 dólares, estabelecendo-se ao mais alto nível desde Janeiro de 1981.
Nos últimos anos a Europa vendeu, vendeu...e a Asia, comprou, comprou...
Pois é, parece que este metal vai voltar a dar que falar.

domingo, janeiro 08, 2006

Tu és o marinheiro

"Queres ver outra vida? Outro mundo?
Abre bem as mãos da próxima vez que sentires o vento, e deixa-o soprar-te por entre os dedos. Aí não saberás se és tu que corres no vento, ou se é o vento que corre em ti...."

(in "a balada do marinheiro de estrada" by miguel gullander)

O dia oficial

Hoje é o primeiro dia oficial de campanha para as eleições presidenciais.
É como os saldos, quando começam, já está toda a gente farta deles.

sábado, janeiro 07, 2006

Clã


Do Lusoqualquercoisa ao Rosa Carne,
os Clã confirmam-se uma e outra vez.
Gosto de todas, de modos diferentes.
Aqui fica "Eu ninguém".

eu ninguém
eu ninguém comigo só
posso ser
travesti de quem quiser
manequim de bazar
ou rainha do lar
madame butterfly
barbie suzie dolly polly pocket

tudo bem
mas eu posso ser também
emanuelle
lady miss mademoiselle
num harém meretriz
ou apenas actriz
o espelho me diz
gueixa vénus eva dama virgem mãe

é que eu sei
o que eu sou e o que não sou
mas é claro
o que eu for eu sou
sem ninguém
só o que eu tenho a saber
é quem de nós cem
hoje eu vou ser

sei lá sei lá
sei lá sei lá
sei lá sei lá
sei lá

(Arnaldo Antunes \ Hélder Gonçalves)

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Em 2006

Seja Como For

faça o que quiser
viva o que vier
seja onde estiver
faça o que puder
viva como der
sinta o que vier
seja o que quiser
faça o que fizer
pegue o que puder
viva onde estiver
seja como for, amor.

(Letra dos Clã)

terça-feira, janeiro 03, 2006

Os temas de Miyazaki

Enunciemos os temas que encontramos na obra de Miyazaki:
  • o poder e a liberdade;
  • a guerra;
  • a comida e o prazer de comer;
  • a cidade e as serras;
  • as idades do homem e da mulher;
  • o matriarcado;
  • a poluição, destruição da natureza;
  • a possibilidade de mudar.

Prémio Mensagem 2005

"Olá Amigos, Boas Entradas, Excelente Carnaval, Páscoas Felizes, Óptimo 25 de Abril, Gozem as Férias, ah e é verdade Felizes aniversários!!!!!!
Pronto está tudo despachado. Até 2007. Beijocas"

segunda-feira, janeiro 02, 2006