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sábado, agosto 27, 2005
Os Edukadores
Ah, e tal. Dura muito tempo. Não é totalmente parvo. Pelo menos poupa-nos às formas mais evidentes de jactância cinéfila. Nisso é melhor do que a Ilha ou a Fábrica de Chocolate.
A Fábrica de Chocolate
Mais um filme, mais um huis clos. Tempo perdido, pois nunca ninguém o fará melhor do que John Hughes. Recordo o Breakfast Club. Mais intertextualidade. Mais do mesmo. A Bonham Carter está cada vez mais gira. Sorte do Burton. Fazem um casal perfeito. Têm dinheiro a mais.
A Ilha
A Ilha padece de pós-modernidade galopante. Já não há cú para intertextualidades. Arranjem um brinquedo novo. O que é que a Scarlett e o Ewan tinham fumado quando aceitaram trabalhar com o realizador de Armagedão? O filme tem uns bons 50 minutos de correria acéfala a mais. O design está giro: é uma ilha bonita. Saudades da Madonna.
terça-feira, agosto 23, 2005
Robert Anton Wilson on Tim Burton's Batman
The moronic Bronson and Stallone "one man above the law" films glorify vigilantism with the logic of right-wing para-noids. Batman both challenges that folk fascism and poker-facedly "defends" it on the eminently Existentialist grounds that in a universe without morals or meaning everybody has to create their own reality and take responsibility for it.
Robert Anton Wilson in Magical Blend, #25
Piano Man identificado?
A imprensa noticia que o "Piano Man"foi identificado. Que diria Fort da forma como está a ser trabalhada a informação acerca deste Kaspar Hauser moderno?
sábado, agosto 20, 2005
V for Vendetta adiado até 2006
O artigo sugere que por razões políticas. Compreendo: a conjuntura é adversa a que se recupere um livro assim. Há as bombas e o panóptico de câmeras nele previsto cobre já Londres, enquanto a pele do regime endurece de dia para dia.
sexta-feira, agosto 19, 2005
A entrevista - exercício em ruído sináptico
Um objecto que possa interpor ao interlocutor desconhecido que aguardo. Um livro: porque não me ocorreu trazer um livro? Espera! Tenho a moleskine! Salvo! Nada baliza o que sou, ou melhor, o que me quero apresentar como como uma moleskine. Se for efectivemente do meu interesse ficar neste sítio, o meu interlocutor saberá reconhecer este símbolo. Só é pena a caneta, uma miserável ponta de feltro fina, daquelas que recebem rigidez de um exosqueleto de metal. Que será feito da caneta de tinta permanente que costumava usar? Estará arrumada ou perdida? Há peças que faltam. A minha vida é como um motor sem todas as suas partes. Funciona, mas de forma penosa e susceptível de falhar a qualquer momento. Que será feito do X? Há algo que o chateia. As peneiras não o deixam menos perdido do que eu. Só estorvam. Choca-me a forma sistemática, deliberada como procuramos formas de nos sentirmos superiores aos outros. Todo o empenho mesquinho que vai nisso. Se a vida fosse uma contabilidade com duas colunas, uma para os perdidos e outra para os achados, o que ficaria na última? Montes de coisas: a miúda, o cão, a avó. Pessoas e coisas há que teriam de figurar em ambas as colunas. Talvez todas, porque panta rei, omnia mutantur. Eis um dito que daria uma boa tatuagem, força da ironia que nasce da pretensa durabilidade das tatuagens. Começo a ter sono. Já espero há imenso tempo. Vinte minutos desde que cheguei. Dá uma média de uma página, frente e verso, de moleskine por cada quinze minutos. É má onda, deixarem-me esperar tanto? Ou um teste à minha determinação e paciência? Será que vale a pena esperar tanto por uma oportunidade de servir a república portuguesa? Esperei trinta e dois anos. Posso esperar mais um pouco. Temo adormecer se fechar o livro. Vamos ver. Ouço o cumprimento - tee jay. Redes e o que circula nelas, texto fechado e sociabilidade. Tudo muito fluxo, tudo muito elemento água. Mercúrio. Saudade de Parménides. De um tempo de rochas. Scila e Caribdis. Onde figuram estas? Na Odisseia ou na Eneida?
Sexta-feira, 1 de Julho de 2005
Sexta-feira, 1 de Julho de 2005
Verstehen
Tudo compreender é tudo perdoar? Ou, se a empatia está no cerne do projecto sociológico, podemos ainda falar em ciência? Também há a questão da regra de ouro: pode-se então ser sociólogo, mormente da estirpe Weberiana, sem ser cristão?
quarta-feira, agosto 17, 2005
Ainda a morte do Sr. Menezes
O canal britânico ITV teve acesso a documentos segundo os quais o Sr. Menezes não terá fugido ou saltado o portão, antes terá pago o bilhete, pegado num exemplar de um jornal gratuito e estaria calmamente sentado no metro quando foi imobilizado e, de seguida, abatido.
terça-feira, agosto 16, 2005
WANTED (for Mayor)
Uma eleição é um processo de recrutamento no qual nós, o povo, procuramos encontrar quem melhor nos possa servir gerindo a coisa pública. Tanto quanto sei, há uma bateria de indicadores objectivos - que muito me agradaria ver compilados de forma sistemática (taxas de variação 1985-2002 comparadas com as registadas nos outros municípios de Portugal) - que aponta para este homem como sendo o mais competente para desempenhar as funções em questão:
Vou por isso votar que lhe dêmos o emprego ao qual se candidata.
Vou por isso votar que lhe dêmos o emprego ao qual se candidata.
Todo o conhecimento é vaidade
E isto é uma má glosa do Eclesiastes mas tinha de ser escrito. Tampouco resulta daqui uma igualdade dos conhecimentos: a hermenêutica e a escolástica, por exemplo, são piores do que o resto na medida em que carecem de virilidade.
segunda-feira, agosto 08, 2005
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