sábado, janeiro 22, 2005

O meu estado de espírito

Desejo

Desejo a você...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender uma nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel...
E muito carinho meu.
[Carlos Drummond de Andreade]
O que eu realmente queria era alguém que me oferecesse flores...
[Anadil]

sexta-feira, janeiro 21, 2005

Análise comparada dos programas eleitorais

Comecei a fazer uma análise temática dos programas eleitorais. Algo tão simples como classificar os parágrafos dos programas segundo o tema que abordam. A seu tempo, colocarei o resultado à disposição dos frequentadores do bar para que estes escrevam sobre o tema de sua eleição. Há voluntários?
Não consigo entender a posição da Igreja face ao uso do preservativo.

Receiam que a aprovação do seu uso dê lugar a uma interpretação de legitimidade de comportamentos sexuais promíscuos. Até aí percebo – vêem o sexo como uma expressão de amor, fruto de uma relação exclusiva e claro, heterossexual. Fazem crer que nestas condições não há vírus a temer e como tal não há necessidade de preservativos.

O que está para lá da minha compreensão é a resistência em encarar que a realidade é diferente do cenário idílico que projectam. A vida sexual vai para além das intenções de reprodução referidas na bíblia e de relações exclusivas e perpétuas.

Como podem não admitir isto? É birra, prova de forças, luta de princípios?

Se a questão é de princípios pergunto-me como podem continuar a celebrar o casamento como um sacramento inalterável no espaço diocesano. Acreditam que as cerimónias pomposas que enchem as igrejas estão repletas de crenças e espiritualismos cristãos? Excomungam divorciados devotos mas casam pagãos, uns atrás dos outros?


“Não é possível permanecer indiferente e inerte diante da pobreza e do subdesenvolvimento. Não podemos fechar-nos nos nossos interesses egoístas, abandonando inúmeros irmãos e irmãs que vivem na miséria e, o que é ainda mais grave, deixando que um grande número deles vá ao encontro de uma morte inexorável. “

MENSAGEM DE JOÃO PAULO II
Vaticano, 11 de Junho de 2003. (http://www.patriarcado-lisboa.pt)

Há 39,4 milhões de pessoas infectadas com VIH em todo o mundo, das quais 2,2 milhões de crianças. 14 000 foram infectadas diariamente com o VIH , só em 2004.

Claro que a responsabilidade não é do Vaticano e as suas mensagens também não devem ter assim tanta influência nos comportamentos sexuais, mas a que se deve a arrogância dos comunicados sistemáticos acerca do uso do preservativo?

segunda-feira, janeiro 10, 2005

Muito para além de uma moneterização da economia, assistimos a uma moneterização da existência. O dinheiro permeia e coloniza todos os interstícios da nossa vida, do nosso quotidiano. Se bem que já estamos algo habituados, mal habituados, a que todo o labor seja trabalho, estranhamos ainda que todo o lazer se vá tornando consumo. Pelo menos alguns estranham. Esta tendência é visível tanto na história da espécie como na história do indivíduo, o que permite a recordação pessoal de que uma outra existência é possível.

sexta-feira, janeiro 07, 2005

quinta-feira, janeiro 06, 2005

Olhem para mim

É o nosso grito desesperado. Olhem para mim, estou aqui!!
O que as comédias dramáticas do cinema europeu têm de tão marcante é provavelmente a semelhança à vida real. Nós estamos no cinema, estamos ali, na plateia e na tela. Somos espectadores e personagens de enredos que não precisam de realizador. Neste filme, em particular, assumimos vários papeis, tão depressa estamos do lado dos bons como dos maus. Aconselho!

segunda-feira, janeiro 03, 2005

92 & 94


Os números 92 e 94 desta rua correspondem à casa que o senhor Atanásio nos emprestou para a passagem de ano.