A Marktest admitiu como passageiro no seu autocarro telefónico a pergunta "quem foi o melhor português de sempre?", ou coisa que o valha. Para verem os resultados, cliquem no título desta posta.
Antes de mais, note-se que a Marktest telefonar para casa das pessoas e as pessoas telefonarem para a RTP são duas coisas totalmente distintas, razão pela qual tenho a maior dificuldade em aceitar que estes resultados sejam bons preditores do desfecho do concurso "Grandes Portugueses".
Dito isto, D. Afonso Henriques ganha com considerável vantagem, o que me parece meramente lógico, visto que o primeiro português é condição necessária de todos os demais e, como tal, causa de qualquer grandeza subsequente.
Mas há mais e mais interessante: as figuras polémicas da história contemporânea associadas a projectos totalitários rivais são cada vez mais escolhidas à medida que a classe social dos inquiridos decresce, passando-se o inverso com as figuras históricas da época de áurea e com Aristides de Sousa Mendes, que surge em oitavo para o povo mas em quarto para as elites. Curiosa também a clara feminização da apreciação por Pessoa.
2 comentários:
Valha-nos o autocarro! Quando não há representatividade é nisto em que caímos - a vitória de Salazar. Fernando Pessoa dizia: "ando velho por causa do estado novo". Irra, não queremos e não andaremos.
Figuras polémicas associadas a projectos totalitários? E assim equivales o salazar ao cunhal. O ditador efectivo com o resistente a esse ditador. O déspota e aquele a quem a propaganda duvidosamente atribui intenções despóticas. Será legítimo, para não dizer nada de rigoroso ou científico, fazer equivaler matéria de facto com supostas intenções, para mais quando estas são veiculadas pelos adversários políticos? Olhe que não, sr. doutor, olhe que não.
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