segunda-feira, março 27, 2006

Estando a cozinhar, pensei...

A vaidade activa, física, masculina do fanfarrão do recreio suscita em reacção a vaidade passiva, intelectual, efeminada do rato de biblioteca. É o ciclo do abuso, um esquema de reprodução memética (estou algo fora da mouche aqui, o termo de Dawkins refere-se a ideias e eu escrevo sobre coisas mais entranhadas) tão implacável como quando pedófilos engendram pedófilos.

E a coisa recomeça. Os desalojados do recreio agarram um qualquer pretexto para desalojar uma fracção do seu grupo. Criam-se novos párias. Ad infinitum e ad nauseam, proliferam as especialidades, disciplinas, escolas, correntes. Nichos de tal forma pequenos que toda a gente é forte em alguma coisa ou nalguma combinação de coisas. Trata-se, afinal, de sobreviver?

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